domingo, 13 de junho de 2010

não compliquemos o simples viver

Se a vida é algo tão simples pra que complicá-la? Essa é uma pergunta que eu nunca entendi, nunca entendi porque alguém deve esperar chegar o tempo certo para se fazer algo se a vontade veio agora. Uma coisa que sempre me faz questionar o porque dessa regra é quando alguém nos fala que somos muito novos pra alguma coisa ou muito velhos para outras coisas.
Ontem quase fui assaltado por um grupo de moleques de rua quando eu andava em direção a casa de um amigo do meu irmão, nos corremos enquanto eles jogavam pedra. No final deu tudo certo mas eu fiquei pensando ”e se eu estivesse sozinho? E se eles estivessem armados? e se eu morresse?”. A vida é tão pequena e ela acaba quando menos esperarmos então pra que adiar a felicidade ou mesmo alguns sofrimentos se esses forem necessários para você naquele momento.
Outra coisa que me deixa indiguinado é quando alguém pergunta “e se você se arrepender de ter feito isso?” essa para mim é uma das piores perguntas a serem feitas, é muito pior se arrepender de não fazer algo do que se arrepender de fazê-lo. Digo isso pelo mesmo motivo, a vida é algo tão banal e tão fácil de se perder que eu não devemos desperdiçar tempo pensando se vamos ou não nos arrepender de algo, ou ate mesmo perder tempo nos arrependendo.

11 comentários:

  1. discordo... astoufo... seguinte: a vida por si só, pelo menos na minha visão de ateu, é extremamente complicada, sim, devemos aproveitá-la ao máximo, mas se tomarmos caminhos inconsequentes, veremos que de fato disperdiçamos nossa vida muito mais do que a aproveitamos. não é um simples "faça ou se arrependa de não ter feito", a complexidade da vida, do ser vivo e do ato de viver é tamanha que não possui descrição a altura. Não se vive para viver, viver é uma consequencia de estar vivo, nós já vivemos, mas podemos viver plenamente, claro, sem exagerar em nenhum dos lados.

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  2. então Breno... não sei se fui bem claro, o que eu quis dizer é para não ficarmos nos bazeando em parâmetros preestabelecidos da sociedade ou de alguma doutrina. Se o nosso desejo, o que nos fará realmente satisfeito, vai contra isso eu creio que devemos ignorar os conceitos e ir em direção aquilo que queremos. Creio ser um desperdício "de vida" ficarmos adiando alguma decisão por algum tipo de insegurança gerada por barreiras sociais que muitas vezes nem mesmo sabemos de onde surgiram.

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  3. Mas são muitas as vezes em que nossos desejos interferem na felicidade de outros ou mesmo na nossa... posso querer muito ficar bebendo em vez de estudar pro vestibular, por exemplo, mas sei que, graças a sociedade, se eu não estudar pro vestibular, não conseguirei passar pra uma boa faculdade, então não terei um emprego que me gere uma boa renda, o que resultaria num trabalho mais que constante para conseguir sobreviver e o fim dos meus tempos de bebedeira, no entanto, se eu de fato estudar e conseguir um bom emprego, posso beber praticamente a hora que quiser, pois terei a vida ganha. Entenda, é só um exemplo... muitas vezes não podemos fazer o que queremos porque isso prejudicará a nós mesmos num prazo maior, ou até mesmo outra pessoa. Mas não me leve a mal, não to dizendo pra parar de beber e estudar como um condenado. É aí que fica o meio termo... em condições mais extremas, eu posso ter um desejo assassino quase incontrolável, mas, como a sociedade não me deixa matar, pelo contrario, me pune, eu não poderia matar, mesmo que isso interfira na minha idéia de felicidade, que, aliás é extremamente relativa. Mas se eu ignorar essas regras sociais e matar gente, bom... eu posso acabar preso e pessoas vão... bem... morrer... o que não seria agradável para elas, creio...
    Barreiras sociais nem sempre são boas mas também nem sempre são ruins. Vale lembrar que muitas vezes (nem sempre) as barreiras sociais são criadas como um meio de melhorar o convívio do individuo na sociedade, claro que existem os preconceitos ridículos, como, por exemplo, o estereotipo de beleza ou de “legal” e quem sai desse estereotipo é posto a parte de um grupo, é excluído... mas isso, como dizia o sabio filosofo Kleber bambam, “faz parte”.

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  4. No exemplo da escola eu acho extremamente valido a pessoa largar a escola e sair só pra encher a cara se isso fizer ela feliz, porem eu creio que ninguem é feliz apenas com isso, ninguém consegue ser feliz com a consciência de que esta destruindo o próprio futuro, mas se alguem achar que não terá um futuro de forma alguma e acha que vai se o melhor pra ele e resolver passa seus dias bebendo acho completamente valido, apenas não é algo que eu queira pra mim mas se alguem preferir assim não vejo mal algum.
    já o caso do assassinato é algo bem mais complicado. Por um certo lado se isso for o que fará a pessoa feliz beleza porem vai assumir as consequências dos seus atos. Porem um outro lado da historia de matar pessoas, as vitimas e ca entre nos não deve ser muito legal ser assassinado por motivos óbvios. Porem tudo o que eu falei foi baseado no pressuposto de que apenas pessoas com um certo nível mínimo de equilíbrio mental lera meu blog, desculpa se ofendi algum assassino em potencial.

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  5. ta desculpado... heuaheahe falando serio... a felicidade,como eu disse já, é extremamente abstrato e que pessoa, especialmente se tratando de adolescentes, sabe realmente o que a faz feliz e o que ela quer da vida se nem viveu ainda? é doido pensar que todos sabem o que os fazem feliz, pq n é verdade, nós variamos, um dia amamos refrigerante de laranja no outro odiamos. Não existe humano constante, ainda bem...

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  6. Eu acredito plenamente nisso, e é por isso que digo que não devemos adiar as coisas pois a felicidade não é algo constante se ficarmos pensando e repensando antes de agir quando estivermos "preparados" não teremos mais a mesma satisfação naquilo, são raras as coisas que fazem com que você se sinta bem e que são imutáveis. É por esse motivo também que creio que não devemos nos arrepender do que fizemos pois devemos pensar que hoje isso não nos agrada mas que um dia fomos felizes por te-lo feito.

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  7. sim aí eu concordo, mas quando algo que fazemos hoje nos atrapalha de ter outra coisa que quereremos quando amadurecermos mais,aí temos um conflito.

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  8. Nem sempre...tem coisas que, certamente, a gente se arrepende sim, e amarga por muito tempo. E o tempo é cruel. Só para pensar: é preciso considerar que o desejo ilude e/nos iludimos que desejamos, isto porque, sem capacidade de reflexão, até nosso desejo é sujeito da influencia da massa organizada. Ou seja, a todo momento somos bombardeados com ideologias fabricadas que servem a interesses de alguns, ou a um mercado de consumo, por exemplo, ou dai em diante. Só aquele desejo que sobrevive a reflexão, ao questionamento interno ( para que? De que me serve isso? O que quero com isso? em que vai me preencher? como vou me sentir depois? em que vai me acrescentar? o que vou perder ou ganhar?,etc) poderia ser considerado um desejo legitimo. Tô gostando desse blog! Parabéns! Fátima

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  9. isso em teoria, fátima... não acho que o ser humano seja reflexivo, quero dizer, pelo menos em sua maioria. As pessoas são impulsivas, principalmente,talvez, por condicionamento. Não somos condicionados a trabalhar pra ganhar dinheiro, pra ter casa propria, familia e cachorro? ah, e um carro. Não somos condicionados a abaixar a cabeça e engolir quem somos para virarmos numeros dentro de um sistema uniforme e, porque nao,fascista? Não somos condicionados a acreditar em Deus, a tomar coca cola, comer chocolate, beber cerveja? Somos condicionados a deixar de lado nosso "eu"artístico para fazer parte desse sistema cíclico todo em que só conseguimos chegar no mesmo lugar de busca pelo dinheiro e material? o que quero dizer é... nossos desejos são em sua maioria, não-nossos... acho que voce disse isso,alias,no seu comentario. Mas tambem somos obrigados a reprimir nossos verdadeiros desejos para nos enquadrarmos na sociedade e, vou discordar do texto inicial do victor pelo seguinte: tem muitos casos em que não podemos simplesmente seguir nossos desejos e sonhos, porque nos ferramos... por exemplo:eu almejo um dia pintar quadros, mas sem vende-los, simplesmente pq é isso que me faz feliz, produzir arte e dividi-la com os outros, mas o ato de vender minha arte me deixa profundamente abalado. Seria muito bom, mas não é possivel viver só de pintar. Pelo menos não no sistema socio-economico de hoje.

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  10. Antes de mais nada, parabéns pelo Blog, está muito legal.

    Quanto ao assunto em questão, acho que se pensarmos em um ser que vive apenas para satisfazer seus desejos imediatos, sem se preocupar com suas consequências futuras, estaremos falando de um ser "irracional", pois é exatamente isso que os seres irracionais fazem. Nós seres humanos fomos premiados pela natureza com o dom da racionalidade, que nos permite pensar a respeito de nossos desejos, prever suas consequências, balancear nossas opções e assim tomarmos as decisões mais acertadas a cada momento. Porque não utilizar esse dom???

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